Marte, o quarto planeta a contar do Sol, há muito que fascina os cientistas e os entusiastas do espaço devido ao seu potencial para albergar vida e à sua história geológica. O Rover Perseverance, um ator-chave na NASA‘s Marte tem vindo a investigar a superfície marciana desde a sua aterragem em fevereiro de 2021. Equipado com instrumentos científicos avançados, o Perseverance tem como objetivo descobrir os segredos de Marte, incluindo a possibilidade de vida passada.
As recentes observações feitas pelo Perseverance Rover, incluindo o cativante eclipse solar causado por Fobos, contribuem significativamente para o nosso conhecimento de Marte e das suas luas.
Estas descobertas aumentam a nossa compreensão do ambiente marciano e da sua história geológica, ao mesmo tempo que alimentam a procura de sinais de vida passada. À medida que a NASA continua a explorar Marte, cada descoberta fornece informações valiosas sobre o passado do planeta, as suas condições actuais e as possibilidades de exploração futura. O estudo de Fobos e a investigação em curso pelo Perseverance realçam a importância da exploração robótica para desvendar os mistérios do nosso sistema solar e mais além.
O Perseverance capta um eclipse “olho de papagaio”: Explorando o trânsito de Phobos e as suas implicações científicas para Marte
O Rover Perseverance registou um vídeo extraordinário de um eclipse solar parcial enquanto Fobos se movia entre o Sol e Marte. Este acontecimento raro resultou num efeito visual impressionante que a NASA descreveu como um “olho esbugalhado”. Na filmagem, Fobos aparece como a pupila e o Sol actua como a íris, criando uma analogia caprichosa. Este momento ocorreu no 1.285º dia do Rover em Marte, demonstrando a capacidade do Perseverance para documentar ocorrências astronómicas significativas.
O significado desta captura vai para além da mera estética; realça as capacidades científicas do Rover e o seu papel na monitorização e compreensão da relação dinâmica entre Marte e as suas luas. A capacidade de observar tais eventos fornece dados valiosos sobre a órbita de Fobos e as suas interações com a radiação solar, contribuindo para uma compreensão mais profunda tanto da lua como de Marte.
Observações anteriores de Fobos
A observação de Fobos pelo Perseverance não é um incidente isolado. Outras missões a Marte também documentaram trânsitos desta lua. O Curiosity Rover capturou um vídeo de Fobos em 2019, enquanto o Opportunity Rover tirou uma imagem em 2004. Estas observações anteriores abriram caminho para uma compreensão mais abrangente do comportamento de Fobos e da sua importância no ambiente marciano.
Compreender Fobos
Fobos é uma das duas luas que orbitam Marte, sendo a outra Deimos. Descoberta em 1877 pelo astrónomo Asaph Hall, Fobos tem o nome do deus grego do medo, o que é apropriado dada a sua ligação a Marte, o deus da guerra. A lua tem uma forma irregular, medindo aproximadamente 27 quilómetros de comprimento, 22 quilómetros de largura e 18 quilómetros de altura. A sua forma de batata contrasta fortemente com as formas mais esféricas das luas maiores do sistema solar.
Fobos orbita Marte a uma velocidade espantosa, completando três órbitas completas em apenas um dia marciano (cerca de 11 horas). Esta órbita rápida coloca-a tão perto da superfície do planeta que há locais em Marte onde Fobos pode não ser visível de todo. A proximidade de Fobos a Marte não é apenas uma curiosidade; tem sérias implicações para o futuro da lua.
O futuro de Fobos e a descoberta das quedas de Cheyava: O futuro de Fobos e a descoberta das quedas de Cheyava: uma visão do potencial de Marte para a vida e a evolução geológica
Fobos está a aproximar-se gradualmente de Marte, avançando a um ritmo de cerca de seis pés (1,8 metros) por século. Esta aproximação lenta mas constante levanta a possibilidade de, dentro de aproximadamente 50 milhões de anos, Fobos poder colidir com Marte ou separar-se, formando um anel à volta do planeta. Este potencial de interação futura entre a lua e o planeta oferece aos cientistas uma intrigante via de investigação, uma vez que a compreensão desta dinâmica pode revelar informação importante sobre a formação e evolução dos corpos planetários no nosso sistema solar.
Para além de documentar os trânsitos de Fobos, o Perseverance tem conduzido investigações científicas da superfície marciana. Em julho de 2024, o Rover descobriu uma amostra de rocha apelidada de “Cataratas de Cheyava”. Esta amostra é particularmente digna de nota porque contém moléculas e estruturas orgânicas que podem indicar a presença de vida microbiana. A NASA postula que estas assinaturas químicas e estruturas podem ter-se formado há milhares de milhões de anos, durante um período em que Marte tinha água corrente, criando condições que poderiam suportar a vida.
As implicações desta descoberta são profundas. Se estas moléculas orgânicas estiverem de facto ligadas a vida passada, poderão reformular a nossa compreensão de Marte como um planeta outrora habitável. A análise contínua destas amostras será crucial para avaliar a história geológica do planeta e o seu potencial para suportar vida.