O Conselho Internacional de Críquete (ICC) está a dar o seu melhor para encontrar um meio-termo e pôr fim à Troféu dos Campeões depois de a Índia se ter recusado a viajar para Paquistão para o torneio e a relutância do país anfitrião em adotar um modelo híbrido.
O BCCI escreveu à ICC que não visitará o Paquistão no Troféu dos Campeões do próximo ano, após o que surgiram notícias de que o Paquistão pediu à ICC que explicasse as razões da recusa da Índia.
Enquanto o impasse continua, o antigo PCB o presidente Najam Sethi vê três opções para o TPI decorrentes da situação atual.
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A ICC tem muito poucas opções”, afirmou Sethi em declarações à “Samaa TV”.
“Uma delas é a Índia vir jogar, o que não vai acontecer. Recusaram o kabaddi e também o críquete cego. Anteriormente, as equipas de kabaddi costumavam vir, tal como os jogadores de ténis vinham para a Taça Davis. Desta vez, eles (a Índia) assumiram uma posição dura, não só em relação ao críquete, mas também a outros desportos. Por isso, penso que há aqui algo de grave. Nesse caso, poderia ser um modelo híbrido, com alguns jogos disputados no Paquistão e os jogos da Índia realizados noutro local”, disse.
Curiosamente, quando a última Taça da Ásia foi transformada num modelo híbrido, Sethi era o presidente do PCB. A Índia disputou todos os seus jogos no Sri Lanka, depois de se ter recusado a visitar o Paquistão para o torneio.
O Troféu dos Campeões, que deverá ser disputado de 19 de fevereiro a 9 de março do próximo ano, enfrenta uma situação semelhante.
“A segunda opção é que, se o modelo híbrido não for aceitável para o Paquistão, a ICC transfira todo o torneio para outro país. Nessa altura, que opções terá o Paquistão? Ou dizem “boicotamos o Troféu dos Campeões” ou aceitam jogar noutro local. Mas depois de ter rejeitado um modelo híbrido, será que vai considerar jogar noutro país? Penso que será uma situação difícil para o Paquistão… Pode transformar-se numa grande questão nos círculos políticos”, disse Sethi.
A terceira opção do ex-chefe do PCB foi mais um conselho para que o Paquistão tenha cautela em vez de tomar uma decisão emocional.
“Se rejeitaram um modelo híbrido depois de a Índia se ter recusado a vir e também rejeitaram jogar noutro país, então também não vão jogar nos futuros eventos da ICC. Portanto, basicamente, vai expulsar-se da ICC. E se o fizerem, o que restará para além do críquete bilateral? Não se ganha muito dinheiro no críquete bilateral porque é recíproco”, analisou Sethi, de 76 anos.
“Quem quer que esteja a tomar estas decisões, deve pensar qual é a sua lógica. A Índia conhece a sua lógica por detrás do boicote e pode mantê-la. Já o fizeram antes… A ICC será então obrigada. Mas o que fará o Paquistão?… Por isso, o meu conselho é que quem quer que esteja a tomar as decisões pense com sensatez e não de forma emocional”.
O Troféu dos Campeões regressa ao calendário da ICC pela primeira vez desde 2017.