notícias

A genética dos mosquitos pode explicar porque é que os surtos do vírus Zika são raros em África: as alterações climáticas podem alterar o equilíbrio

Mosquitos em uma pessoa. Crédito: Greg Murray / Louis Lambrechts

Um estudo revela que as baixas taxas de surtos do vírus Zika em África podem dever-se a um factor surpreendente: a composição genética das populações locais de mosquitos.

Uma pesquisa realizada por cientistas do High Meadows Environmental Institute (HMEI) da Universidade de Princeton, do Institut Pasteur e da Universidade da Califórnia, em San Diego, esclarece por que o Zika – responsável por defeitos congênitos e surtos devastadores nas Américas de 2015 a 2016 – permanece relativamente escasso na África, o continente onde foi originalmente descoberto. O estudo foi publicado no The Lancet Planetary Health em 11 de dezembro.

Uma equipe de pesquisadores, liderada pelo Dr. Jamie Caldwell, pesquisador associado do HMEI, descobriu que as populações de mosquitos nativos da África podem conter a resposta.

“A espécie de mosquito que transmite o Zika tem duas formas, cada uma com diferentes preferências alimentares e capacidade de transmitir a doença”, explica Caldwell. “Esta diferença genética pode explicar por que o Zika poupou em grande parte a África, apesar das grandes populações de mosquitos do continente e das condições climáticas favoráveis ​​à atividade dos mosquitos.”

As duas formas de mosquito variam em seus hábitos alimentares e capacidade de transmissão. A forma especialista humana é conhecida por sua preferência em morder humanos e tendência a habitar áreas urbanas densamente povoadas. Em contraste, a forma ancestral africana, que domina em África, são “generalistas” que se alimentam tanto de humanos como de animais.

A dieta mista reduz as chances de um mosquito infeccioso picar um ser humano. Além disso, a forma ancestral africana é menos eficaz na aquisição e transmissão do Zika do que os seus homólogos humanos especializados, levando a uma barreira natural que reduz a propagação do vírus Zika em África.

Ambas as formas vivem em África, mas a quantidade de variação dentro das populações de mosquitos pode ser responsável pela variação na carga do Zika em África, suspeitaram os investigadores. Alternativamente, a temperatura pode ser responsável pela baixa carga da doença: embora muitas partes da África Subsariana tenham o clima ideal para a transmissão do vírus Zika, áreas com temperaturas demasiado quentes ou frias para o vírus podem restringir a sua propagação.

O clima é considerado um dos principais impulsionadores da distribuição de outras doenças transmitidas pelas mesmas espécies de mosquitos, como a dengue e a febre amarela, porque influencia muitos fatores importantes para a transmissão, como a frequência com que os mosquitos picam e a rapidez com que se transformam em seres humanos. -adultos mordedores.

Os pesquisadores desenvolveram modelos que consideraram os efeitos genéticos nas preferências de picada do mosquito e na capacidade de propagação do vírus, bem como o papel da temperatura em afetar o desenvolvimento, a sobrevivência e a capacidade de transmissão do mosquito.

fonte

Marcos Costa Cardoso

Marcos Costa cobre notícias da cidade e da área metropolitana para o Barnesonly Post. Escreveu para o Boulder Daily Camera e desempenha as funções de repórter, colunista e editor do CU Independent, a publicação de notícias estudantis da Universidade do Colorado-Boulder. A sua paixão é aprender sobre política e resolver problemas para os leitores.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *