Um estudo revela que dormir mal no início da meia-idade está relacionado com o envelhecimento acelerado do cérebro
NOVA DELHI: Exames cerebrais revelaram níveis mais elevados de contração – um sinal de envelhecimento do cérebro — entre as pessoas que têm qualidade do sono no início da meia-idade, de acordo com um estudo. Um grupo de 589 pessoas com uma idade média de 40 anos respondeu a questionários sobre o sono no início do estudo e novamente cinco anos mais tarde. O cérebro dos participantes foi analisado 15 anos após o início do estudo.
“O nosso estudo, que utilizou exames ao cérebro para determinar a idade cerebral dos participantes, sugere que dormir mal está associada a quase três anos de envelhecimento adicional do cérebro logo na meia-idade”, afirmou Clemence Cavailles, da Universidade da Califórnia em São Francisco e autora correspondente do estudo publicado na revista Neurology.
Os maus hábitos de sono têm sido associados a um raciocínio e memória deficientes na velhice, colocando as pessoas em maior risco de demência, disse Cavailles.
Os hábitos de sono dos participantes foram classificados da seguinte forma: curta duração do sono, má qualidade do sono, dificuldade em adormecer, dificuldade em manter o sono, acordar cedo e sonolência diurna. Foram assim divididos em três grupos, de acordo com os níveis baixo, médio e alto de maus hábitos de sono.
O encolhimento do cérebro revelado nos exames cerebrais foi utilizado para medir a idade do cérebro, com níveis mais elevados a indicarem uma idade mais avançada, disseram os investigadores.
A equipa descobriu que as pessoas com níveis médios de maus hábitos de sono tinham uma idade cerebral que era, em média, 1,6 anos mais velha do que a das pessoas com níveis baixos de sono de má qualidade.
As pessoas com níveis elevados de sono insuficiente tinham uma idade cerebral média 2,6 anos mais velha do que as pessoas com níveis baixos de hábitos de sono insuficiente.
“Os nossos resultados sublinham a importância de abordar os problemas de sono numa fase precoce da vida para preservar a saúde do cérebro, incluindo a manutenção de um horário de sono consistente, a prática de exercício físico, evitar a cafeína e o álcool antes de ir para a cama e utilizar técnicas de relaxamento”, afirmou a autora Kristine Yaffe, da Universidade da Califórnia em São Francisco.
“A falta de sono foi associada a uma idade cerebral avançada em meia-idade, salientando a importância de investigar intervenções precoces no sono para preservar a saúde do cérebro”, escreveram os autores.